O avanço das tecnologias digitais e o fácil acesso a canais de divulgação, como portais imobiliários e redes sociais, tornaram cada vez mais comum a venda e compra de imóveis diretamente pelos proprietários. Essa possibilidade, no entanto, levanta uma questão importante: é mais vantajoso conduzir todo o processo sozinho ou contar com a intermediação de um corretor profissional?
A contratação de um corretor de imóveis pode trazer diversos benefícios para quem deseja comprar ou vender um bem, especialmente no que se refere à segurança jurídica e à eficiência na negociação. Um profissional devidamente registrado no CRECI atua de acordo com a legislação e o Código de Ética Profissional, realizando a análise da documentação, verificando a matrícula do imóvel e obtendo certidões necessárias, o que reduz significativamente os riscos de problemas futuros. Além disso, o corretor possui acesso a uma ampla rede de contatos e oportunidades, inclusive a imóveis não anunciados publicamente, e dispõe de técnicas de negociação que buscam equilibrar preço e condições de forma favorável ao cliente.
Embora a comissão de corretagem — geralmente entre 5% e 6% do valor do imóvel — represente um custo, esse valor pode ser compensado por uma venda bem conduzida, que atinja um preço de mercado justo e um fechamento mais rápido. Outro ponto positivo é a economia de tempo, já que o corretor filtra as opções e organiza o processo, e ainda assume responsabilidade civil profissional, respondendo por eventuais erros ou omissões.
Por outro lado, a contratação de um corretor pode trazer algumas limitações, como a dependência da agenda do profissional e, em certos casos, o risco de que o interesse pela comissão leve a priorizar a velocidade da negociação em detrimento de uma estratégia mais longa de valorização.
Optar por não contratar um corretor, por sua vez, pode gerar economia direta da comissão, maior controle pessoal sobre o processo e flexibilidade total de agenda. No entanto, essa escolha também aumenta a exposição a riscos jurídicos e reduz o alcance da divulgação do imóvel, já que o vendedor ou comprador perde o acesso aos canais e redes exclusivas dos corretores. A precificação, nesse cenário, tende a ser mais imprecisa, o que pode ter dois efeitos: de forma negativa, resultar em perda financeira; ou, indiretamente, beneficiar terceiros — pois um imóvel mal precificado pode servir como “comparativo” para valorizar outros imóveis com preço mais coerente na mesma região ou perfil.
Em síntese, contratar ou não um corretor é uma decisão que deve ser tomada considerando não apenas o custo imediato, mas também a segurança, o tempo investido e os resultados que se pretende alcançar. Um profissional experiente pode transformar a intermediação em um investimento que se paga por si só, enquanto a negociação direta exige preparo, atenção redobrada e disposição para lidar com todos os aspectos burocráticos e comerciais da transação.